Estudo da Travel Lifestyle Network revela os principais fatores que influenciam a escolha de destinos dos portugueses e de consumidores oriundos de outros 27 países. Segundo o relatório, mais de metade dos inquiridos nacionais têm uma elevada avidez de descobrir o mundo
O desejo de viajar dos portugueses está acima da média global e o comportamento de compra de viagens do mercado português encontra-se ligeiramente acima do de outros mercados.
Isto de acordo com o maior estudo mundial sobre intenções de viagens, encomendado este ano pela principal rede de agências de comunicação especializadas no setor do turismo e das viagens, Travel Lifestyle Network (TLN), e que foi desenvolvido pelo ‘think tank’ britânico Thrive e pela empresa de ‘market intelligence’ AudienceNet.
Cerca de 179.446 pessoas em 28 países, incluindo Portugal, foram inquiridas pelo Global Web Index durante o primeiro trimestre de 2022. A amostra no nosso país foi constituída por 2.354 inquiridos. O estudo revela que a relação custo-benefício constitui o principal fator na escolha de um destino de férias, numa altura em que os portugueses revelam uma assinalável avidez de descobrir o mundo.
Quando se perguntou aos consumidores portugueses que fatores tendiam a influenciar a sua decisão quanto ao local para onde viajavam, a relação custo-benefício surgiu em primeiro lugar com um total de 54%, em comparação com os 26% dos seus equivalentes globais. Para 36% dos portugueses, a meteorologia/época do ano é um fator importante, enquanto 22% procura uma experiência cultural, 18% uma experiência relaxante e 17% uma experiência única na vida. Já boas infraestruturas para crianças/famílias e poder visitar amigos/família reúnem 15% das preferências, e 13% dos inquiridos procura ofertas especiais/promoções.
O estudo conclui também que 61% dos portugueses considera as viagens como um “interesse pessoal” – valor superior à média global de 46%. 52% dos portugueses identifica-se com a frase “Gosto de explorar o mundo”, em comparação com os 46% globais.
“Com o estudo da TLN, concluímos que a percentagem de portugueses que veem as viagens como um interesse pessoal (61%) está acima da média global (46%). Os resultados refletem um claro desejo de viajar, o que é natural neste clima pós-Covid e, de certa forma, faz parte do ADN explorador dos portugueses. Mas os resultados alertam para a necessidade de ter em conta a relação custo-benefício, que em 2022 se tornou um fator de escolha determinante para 54% dos inquiridos nacionais”, menciona Rúben Obadia, CEO da Message in a Bottle, agência de comunicação portuguesa especializada em turismo e membro da Travel Lifestyle Network.
Enquanto 11% dos inquiridos a nível global, nos últimos três a seis meses, viajou para o estrangeiro em lazer, 24% preferiu viajar dentro do próprio país. Em Portugal, 12% dos inquiridos viajou em lazer para o estrangeiro no período homólogo e 25% optou por viajar dentro de Portugal, reforçando a tendência crescente de turismo doméstico.
O inquérito revelou ainda que, nos próximos 3 a 6 meses, 20% dos portugueses planeia passar férias no estrangeiro e 29% tenciona passar férias em território português. Já a perspetiva global para férias domésticas é de 24% e apenas 13% dos inquiridos a nível mundial tem planos de viajar internacionalmente, de acordo com o relatório.
Dados globais
A nível global, quando se perguntou aos consumidores que fatores tendiam a influenciar a sua decisão quanto ao local para onde viajavam, a relação custo-benefício surgiu em primeiro lugar (26%), seguindo-se uma experiência relaxante (21%); a meteorologia/época do ano (20%); a experiência cultural (15%); uma experiência única na vida (15%); poder visitar amigos/família (13%); e boas infraestruturas para crianças/famílias (12%).
No contexto da evolução da crise do custo de vida, com as taxas de inflação a subir em muitos países, a indústria das viagens precisa de enfrentar as preocupações dos consumidores relativamente ao preço das viagens. Com a relação custo-benefício como fator que mais impacto tem nas decisões sobre para onde viajar nas férias, com um pouco mais de um quarto das preferências (26%), é provável que a acessibilidade de preços tenha um impacto significativo nas compras relacionadas com viagens na segunda metade de 2022 e em 2023.
Globalmente, o estudo descobriu que o desejo de viajar é abundante com uma forte apetência para aproveitar as experiências que as viagens oferecem neste período pós-Covid. Quando questionados se “gostam de explorar o mundo”, as respostas dos consumidores foram altamente positivas em todas as regiões: Médio Oriente e África (60%); América do Norte (51%); Europa (49%); Ásia-Pacífico (44%); e América Latina (43%).
Sobre o que mais perderam durante a pandemia, os inquiridos mencionaram: explorar novos lugares; uma mudança de cenário; passar tempo com os entes queridos; relaxar ou apanhar sol; e comer diferentes alimentos.
“O nosso relatório mostra claramente como o crescente custo de vida está a influenciar cada vez mais as decisões de destinos para viagens nos dias de hoje. Este estudo global destaca como um número crescente de consumidores procura uma boa relação custo-benefício ao reservar as suas viagens de lazer. O preço, não necessariamente a qualidade, vai ser um fator diferenciador fundamental para atrair os consumidores no resto de 2022 e no início de 2023”, refere Virginie Le Norgant, Presidente da Travel Lifestyle Network.
Para descarregar o estudo completo da TLN, “State of Travel Global Survey”, clique aqui.