Message in a Bottle

Blog

Sim, ainda existe vontade de viajar…

Publicado em: 31.08.2022
Família viajar

Sim, ainda existe vontade de viajar, mas o que significa isso para a indústria do turismo?

A boa notícia para os profissionais de turismo é que quase metade da população mundial, com meios para viajar, decidiu que viajar é a forma mais positiva e eficaz de ultrapassar o confinamento. A má notícia é que existem alguns “senãos“.

Um estudo mundial sobre tendências de viagens, feito pela Travel Lifestyle Network (TLN), agência da qual a Message in a Bottle faz parte, questionou milhares de pessoas de 28 países para descobrir quais são os planos para viajar durante e depois de 2022.

Ao analisar os dados, algumas tendências são claras:

Quase metade das pessoas inquiridas em todo o mundo (46%) consideraram viajar por motivos pessoais. A maioria dos inquiridos vêem as viagens deste ano como um escape e de alguma forma, uma tentativa de compensar o tempo perdido durante o confinamento global. 

Mas o consenso é geral: as viagens de lazer são revigorantes e inspiradoras. É preciso aventurar-se, reconectar-se com outras pessoas, encontrar novas experiências, descobrir novas perspectivas, e “alimentar a alma”, tudo aquilo o que não foi permitido nestes últimos dois anos.

Contudo, em média (de acordo com o inquérito) 13% dos inquiridos estavam interessados em realizar viagens internacionais e 24% estavam motivados e determinados a explorar o seu próprio país, porque durante o confinamento obrigatório perceberam que conheciam pouco. Mas as principais razões de optarem por não viajarem para fora do país, estão os custos elevados e as complicações associadas às viagens internacionais.

A maioria das pessoas não opta por fazer turismo dentro do seu próprio país porque são destinos demasiado próximos e acessíveis e isto acaba por ser um consenso bastante comum. O que acontece frequentemente, é que os residentes de um determinado país, só acabam por conhecer as atrações locais, quando recebem amigos ou familiares e acabam por fazer o papel de “guias”. 

O impedimento de viajar devido à pandemia e o impacto negativo da pandemia na sociedade, fizeram com que as pessoas começassem a refletir e a questionar de que, talvez, o futuro não seja assim tão certo. Existe, portanto, uma vontade crescente de descobrir mais sobre o seu próprio país enquanto ainda é tempo. Isto verificou-se particularmente nos Estados Unidos, em parte, porque existe um vasto número de atracções locais, mas também porque os americanos, historicamente, nunca foram um povo com abertura para sair da sua zona de conforto. Fun Fact: Apenas 37% dos americanos teve ou tem o passaporte válido.

Este estudo também investigou que tipo de viagem, em particular, as pessoas tinham em mente: a maioria queria explorar novos lugares e experimentar novas atividades. Em muitos casos, estas duas necessidades foram conjugadas numas férias longas em família – para um destino exótico ou para um resort de luxo.

As razões menos óbvias, fomentadas por outros estudos: tirar mais tempo para relaxar num destino com um clima melhor ou uma gastronomia diferente e experimentar um estilo de vida diferente. No entanto, quando se tratava de decidir realmente o destino ou o tipo de viagem, algo era mais importante e comum a todos: a relação custo-benefício.

Isto não significa que as pessoas quisessem necessariamente umas férias baratas, descontos ou ofertas especiais, mas queriam ter a certeza que o seu dinheiro era bem gasto. Este fenómeno traduz-se como “turismo de impacto”, em que o visitante sente que o seu dinheiro irá beneficiar diretamente as comunidades, ou simplesmente que irá pagar os melhores serviços e experiências que pode usufruir. 

Quase que passava despercebida mas a estatística mais interessante, recolhida por este inquérito é a seguinte: embora quase metade dos potenciais viajantes tenham estado a pesquisar por possíveis destinos, nem todos chegaram a reservar. Apenas uma pequena percentagem avançou com os planos. O inquérito foi feito apenas a 6 mercados (Brasil, China, Índia, Itália, Reino Unido e EUA) mas ainda assim é uma estatística significativa que pode ajudar nas novas estratégias de turismo. Perante os resultados, os profissionais de turismo podem agir de duas formas: promover as mesmas estratégias e os mesmos produtos ou arriscar, ser ousado e tirar proveito destas incertezas. 

Quanto ao colapso dos mercados regionais, de acordo com o inquérito, houve poucas surpresas. Por um lado, a indústria do turismo na Europa foi a mais atingida pelo COVID-19, mas ainda assim foi a indústria que recuperou mais rapidamente. A recuperação da América do Norte foi igualmente rápida porque os americanos e canadianos estavam mais interessados em explorar os seus próprios países antes de se aventurarem no estrangeiro. No entanto, a Ásia, América Latina, África e Médio Oriente recuperaram de forma mais lenta. Os países do Pacífico (Austrália e Nova Zelândia) recuperaram normalmente.

Os marketeers podem explorar o crescente interesse nas viagens nacionais e internacionais e devem apostar em força na comunicação dos países de baixa recuperação, com o objetivo de os tornar mais atrativos para as pessoas.

É importante refletir que quase metade da população está a fazer investigação sobre férias e viagens, mas apenas algumas pessoas estão dispostas a arriscar. Isto cria uma oportunidade: chegar a estes potenciais clientes e vender as suas férias de sonho. 

Para descarregar o estudo completo da TLN, “State of Travel Global Survey”, clique aqui.